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23 de Abril de 2024

Estresse pode aumentar o afastamento de funcionários

Segundo especialista, a situação econômica causa tensão muito mais acentuada devido ao índice de demissões, criando instabilidade emocional no mercado.

Publicado por Patricia Chaguri
há 8 anos

A engenheira de segurança do trabalho Marcia Ramazzini conhece bem a questão do estresse, que ela diz ser preocupação mundial. No Brasil, o problema já é a 3ª causa de afastamentos por mais de 15 dias nas empresas. As estatísticas e indicadores demonstram que em 2020 os transtornos mentais devem ser a principal causa de afastamentos.

Pensando nisso, o Programa Trabalho Seguro, criado em 2011 pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), escolheu o tema "Transtornos mentais relacionados ao trabalho" para discussão no biênio 2016/2018.

Segundo a engenheira, "a Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou em 2016 o estresse como tema. Aqui no Brasil temos o programa trabalho seguro do Tribunal Superior do Trabalho, que adotou os transtornos mentais relacionados ao trabalho, o estresse".

Para Marcia Ramazzini, a situação econômica traz um estresse muito mais acentuado devido ao alto índice de demissões gerando uma instabilidade emocional para quem continua no mercado de trabalho. Ela destaca que a relação do RH tem que ser muito boa e aberta. "Os funcionários têm de saber o que está acontecendo na empresa e as dificuldades enfrentadas, para não serem pegos de surpresa. Com relação à produção, o estresse gera o acidente porque a pessoa tende a ficar mais distraída, tende a ficar mais depressiva e muda totalmente o comportamento", comenta.

A especialista afirma que o estresse consiste em um conjunto de perturbações que caracterizam o desequilíbrio físico e psíquico. Esse problema altera o cotidiano da pessoa em todos os sentidos, abalando o relacionamento com os colegas de trabalho, desempenho das atividades e, consequentemente, a produção na empresa.

Marcia Ramazzini explica que é muito importante que as empresas numa situação como essa procurem identificar a origem do problema que ocasionou o estresse. "É preciso saber a origem do problema. Se o estresse é em função de problemas pessoais - o que chamamos de nexo causal - que é o problema raiz. Quando uma pessoa é identificada com estresse passa a ter acompanhamento maior do médico da empresa e da psicóloga para saber de onde veio, para lidar com o problema, se deve-se afastar e o que fazer. Há também um acompanhamento com medicamentos", detalha.

Na avaliação de Marcia Ramazzini, o índice de afastamento de funcionários com estresse tende a aumentar. Segundo a perita, tem sido registrado um aumento dos casos de estresse nas empresas. Ela diz que esse estado pode ser classificado em dois tipos. Um deles, o ocupacional, é geralmente de ordem organizacional, como conflitos com a chefia, responsabilidades mal delegadas, trabalho monótono ou repetitivo, entre outras atitudes vivenciadas dentro da empresa. Já o estresse não ocupacional é causado por fatores externos, tais como a morte de um ente querido, separação, problemas financeiros ou com os filhos, abusos físicos ou sexuais, brigas, entre outros que acontecem fora do ambiente de trabalho, mas que interferem no desempenho do funcionário.

O funcionário que sofre com tais perturbações o demonstra por meio de sintomas fisiológicos, como úlceras, gastrites, gastroenterites e aumento da pressão arterial. Agressividade, frustração e baixa autoestima também são consequências que se apresentam como sintomas psicológicos, assim como baixo desempenho, absenteísmo, presenteísmo e danos intencionais também são resultados de algum tipo de estresse e caracterizam os sintomas de aspecto comportamental.

"As empresas devem começar a se preocupar e adotar programas específicos. É nossa responsabilidade manter a integridade física e mental dos funcionários. Estamos cada vez mais ensimesmados, muitas vezes não sabemos quem está ao lado. Olhamos à nossa volta e não enxergamos o que está acontecendo ao nosso redor, é aí que mora o problema. Acidente é comportamento e se faz com prevenção", finaliza a especialista.

Fonte: Fenacon

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